Quanta gente veio me ver!!!

domingo, 28 de março de 2010

Dias off !!!

Há dias em que acordamos e nada parece fazer sentido, em que apenas sentimos a solidão e uma tristeza enormes, como se não passassemos de mais uma pessoa no mundo, de alguém indiferenciado...chamo-lhe os dias off.

Nesses dias, como hoje, é como se estivesse fechada para o mundo e para todos, fico em silêncio, só... por vezes enroscada no sofá a ouvir música, ou como hoje, regresso à cama e fecho os olhos, esperando que passe depressa.

Considero-me alguém alegre, lutadora... contudo também tenho uma sensibilidade fora do comum face às outras pessoas, aos acontecimentos e atitudes.
Ser-se sensível a este ponto tem as suas vantagens, ajuda-nos sempre a compreender melhor os outros, a colocarmo-nos no lugar deles, a acarinhá-los e a dar sempre um conselho na hora que mais necessitam.
Mas... como tudo na vida, tem o reverso da medalha...
Em dias como hoje irrito-me profundamente por ser assim, gostava de ser diferente, alguém indiferente e imune. Mas não sou assim... sou sempre aquela que está ali de braços abertos, com uma palavra de conforto a dar, que fica triste por ver o outro triste, que partilha dos seus problemas, e que... face a pequenas atitudes dos outros, fica logo magoada. 
Sou totalmente transparente, isso não é bom, nesses dias ou fases desejo dissimular o que sinto, com uma piada, um sorriso, mas aqueles que me amam verdadeiramente e se preocupam, confrontam-me dizendo de imediato que o meu olhar não mente.  Que posso fazer? Não tenho esse dom.

E uma lágrima desliza pelo meu rosto... uma lágrima de tristeza, de alguma decepção... por alguma incompreensão do outro lado... por não conseguir transmitir o que sou, a minha essência, acho que poucos a compreendem e sentem.
Não sou nenhuma bóia de salvação...embora me realize ajudar os outros em momentos de crise ou alguns problemas, mas sou uma pessoa com um passado, um passado que originou alguns receios, medos, assim como alguma resistência, também tenho sentimentos embora por vezes tenha dificuldade em expressá-los por uma questão de auto-defesa e protecção.
Mas acho que não... para algumas pessoas, e talvez porque dou a impressão errada, porque transmito que ultrapasso tudo, sou apenas a Paula... a Paula que estará sempre ali, quietinha e disponível para quando for necessário... mas não sou... sou muito mais que isso.

E nesses dias... só  queria ficar quieta e esquecer o mundo por um dia, na esperança que o mundo, por um dia, também se esqueça que existo. Mas simultaneamente, guardo uma esperança imensa, um sinal desse mundo ou de alguém, uma chamada, uma carta, um e-mail, um disco, um ramo de flores... que me aqueça o coração e me faça pensar que apesar de tudo ainda vale a pena viver, porque amanhã será um dia melhor e tudo se resolverá.

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